Da obra 'Este Lado para Cima', de João Luís Barreto Guimarães (1991-1994)... um poema:
Disponho os amigos pelas paredes do quarto
(nisso consiste o frágil património da
amizade) mudo-os de sítio para mais tarde
regressar e descobrir as sete diferenças
num pequeno minuto, os retratos que caem
sempre acabam por partir nem me pergunto
o que levam no bolso: esses são como puxar
a porta se diz push (como a luz que vem da
lua) abrir nas palavras cruzadas e estarem
todas feitas, os meus amigos conhecem
as paredes do meu quarto (vão ganhando a
arte de dentro do coração) o tempo nunca
se esquece do esquecimento é mais fácil
contar os ramos depois do vento
[in Poesia Reunida, Quetzal, 2011]
Vai haver novidades relacionadas com este poeta... a seu tempo serão reveladas.
;-)...
Amplexos e ósculos!...
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